Ler com calma em 5 minutos
Dizem que se analisarmos problemas que ocorrem no dia a dia, vamos nos deparar com ações feitas por pessoas e, invariavelmente vamos encontrar uma falha de comunicação.
Esta palestra é solicitada quando a organização percebe que a comunicação interna está truncada e ficando mesmo agressiva. Uma das formas de disfarçar a agressividade é através de brincadeiras ou ironias.
Normalmente, principalmente no mundo corporativo fala-se muito em comunicação assertiva. Este termo me dá medo. O conceito de comunicação assertiva é complexo, já rendeu várias dissertações e teses, principalmente abordando seu uso no mundo empresarial, onde o termo ganhou relevância. Mas este tema será objeto de outra postagem, específica para ele. No frigir dos ovos, (há quanto tempo você não via esta expressão
?) as organizações querem com a tal “assertividade” que a comunicação seja passada de forma firme, breve, objetiva, direta ao ponto e que não deixe margens para interpretações errôneas.
Até ai tudo fantástico. Entretanto, é bom lembrar que a excessiva objetividade na comunicação pode passar pela agressividade para alguns, pela falta de tato para outros ou ainda como uma comunicação fria, distante para muitos, especialmente aqueles ligados a culturas femininas.
Ao comunicarmos, precisamos ser claros, objetivos, precisos, mas também precisamos trabalhar a questão da conexão, como o outro recebe minha comunicação. E para isto, nada melhor do que nos colocarmos nos sapatos da outra pessoa. Ativar toda a nossa capacidade empática é uma construção que precisa ser iniciada e nutrida diariamente. Fomos muito educados na sociedade a cuidar apenas dos nossos problemas e não nos envolvermos nos dos outros. Uma caricatura deste comportamento está na brincadeira que diz “ema, ema, ema, cada um com seus problemas”.
Para ativarmos a empatia, que está muito ligada ao sentir, e não ao pensar, ao racionalizar, é preciso ativar os sentimentos, as emoções, e para isto precisamos conectar com nossos próprios sentimentos, com o que acontece dentro de nós próprios a cada momento de nosso dia. Estamos acostumados a conectar com a emoção apenas em picos emocionais, sejam de alegria, raiva, tristeza, e perdemos a sensibilidade para a emoção de fundo que está sempre presente, como neste momento.
Desafio você a fazer este exercício bem simples – mas seja muito honesto com você mesmo
O exercício é o de conectar e identificar seus sentimentos. Conforme fizer o exercício, procure primeiro identificar o que está sentindo. Em seguida veja se consegue nomear o que está sentindo. Vamos lá?
Pare um instante a leitura, feche os olhos por trinta segundos e procure descrever qual ou quais os sentimentos que consegue identificar dentro de você.
Faça agora. pausa de trinta segundos.
Então, como foi? Para a maior parte das pessoas é bem difícil pois elas não conseguem descrever nada com clareza, e tudo bem. Não fomos alfabetizados emocionalmente. Não fomos educados a conectar e descrever o que sentimos. A reação normal da maioria é dizer que não consegue e seguir a vida em diante. Poucos pegarão o desafio de treinar, treinar e treinar. E você? O que vai fazer? Experimente de novo, veja como é esta segunda vez.
A comunicação empática envolve desenvolvermos conversas significativas de um outro ambiente mental, uma sala interna de paz onde não utilizamos os julgamentos que vem à mente, onde ouvimos o outro por inteiro, onde exercitamos o silêncio e extraímos dele todo um poder reflexivo e transformador antes desconhecido e, principalmente, não queremos vencer o outro, levar créditos ou vantagem qualquer. Queremos sair melhor, mais íntegros, enriquecidos por ter ouvido o outro. Uma experiência ímpar.
Ainda vamos falar muito sobre este tema pois ele é básico para muitos outros.
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Grande abraço
Luciano Lannes