Esta postagem faz parte de um conjunto de cinco. Leia a parte 1 e a parte 2 desta série.
Desafio 3- Compartilhar
É crença da maior parte da população que a natureza básica do ser humano seja competitiva. Estudos mostram que o ser humano, dentro de sua complexidade que foge a comparações mais rasteiras com outros animais, tem uma natureza que permite a instalação de múltiplos comportamentos. Somos regidos não pelos nossos instintos, mas pelos nossos valores e crenças. Enxergamos o mundo não como ele efetivamente é, mas como o vemos e sentimos. Duas pessoas diferentes olhando a mesma paisagem podem descrevê-la de formas bem diferentes.
Estudos de antropólogos, sociólogos e outros “ólogos”, apontam que o ser humano possua uma natureza neutra, com tendência a ser cooperativo, por conta do sistema empático, que nos impulsiona no sentido de proteger e socorrer o outro que necessite. Uma questão interessante que envolve a biologia e mecanismos de sobrevivência da espécie. Mas não vamos entrar nesta seara hoje. De acordo com esta abordagem, que combina com o que vemos no dia a dia, o ser humano deseja um mundo com mais paz, harmonia, ajuda mútua, além de respeito e apoio.
Assim, torna-se natural para o ser humano o ato de compartilhar – seja o alimento ou o conhecimento. Este compartilhar se contrapõe ao reter, segurar, guardar para si. Estudos também demonstram que quando o ser humano compartilha, ocorre em seu cérebro uma enxurrada de neurotransmissores que proporcionam prazer, alegria e satisfação. É um sistema interno de compensação, uma premiação por ter ajudado um semelhante (ou não) a ter uma vida melhor. Neurocientistas afirmam que, sob o ponto de vista cerebral, somos cooperativos. Compartilhamos e ajudamos os outros por puro egoísmo: queremos receber a recompensa, queremos sentir prazer.
Faz parte do ser humano o “compartilhar”. Foi assim que chegamos até aqui, que somamos mais de sete bilhões de seres no mundo. Embora nossos modelos mentais estejam profundamente contaminados por modelos individualista e egoístas, as sociedades só funcionam quando compartilhamos, quando contribuímos para um bem comum. Se você está achando isto muito “Pollyanna“, personagem de Eleanor Porter, que via sempre o lado positivo das coisas, convido você a refletir sobre como se sente em relação a estes conceitos. Em qual mundo gostaria de viver, morar, trabalhar.
Quando no ambiente de trabalho construímos condições para trocar, compartilhar, sejam experiências, vivências e suporte no dia a dia, nos desarmamos de todo um sistema que nos convenceu de que o outro é ruim, que quer nos prejudicar, tirar vantagem, etc. Todas as pessoas são lindas, maravilhosas, amigas e querem o bem geral? Sabemos que não. Então, quando falo em criar condições para uma cultura de “compartilhar” dentro de uma equipe e dentro da organização, estou me referindo a depurar um grupo para criar homogeneidade, principalmente no nível de maturidade das pessoas que constituem este grupo. Sim, maturidade pessoal é um pressuposto fundamental para que exista uma legítima disposição para compartilhar. Mas esta é uma outra estória que conto outro dia.
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Até breve,
Luciano Lannes
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