Empresas não precisam de trabalho em equipe.
Pessoas precisam.
Pessoas necessitam comunicar, compartilhar, realizar. Nossa humanidade pede que trabalhemos juntos.
É incrível que conforme a tecnologia avança e surgem novos aparelhos fantásticos, softwares que simplificam tarefas, robôs que fazem trabalhos manuais e repetitivos, APPs que conectam, agendas interligadas com sistemas de planejamento em complexas redes de trabalho, ainda sentimos a falta da complementariedade do trabalho daquele que está ao nosso lado.
A revolução industrial com a produção em massa daquilo que o artesão fazia sozinho, só se torna possível quando o trabalho artesanal foi estudado, dividido em pequenos pedaços e cada um deles ficou a cargo de uma pessoa diferente. Não é difícil imaginar que após a divisão de tarefas e realização, estes pedaços precisam se encontrar, encaixar e funcionar bem juntos. Isto só é possível quando estas partes têm a consciência desta integração e consciência do produto final que será preparado. E é aqui que começam os problemas.
Embora sejam inúmeros os desafios do trabalhar em equipe, vou me ater a apenas 5 aqui. Não que estes sejam os TOP 5 ou algo que o valha, mas por terem uma grande importância neste processo.
Desafio 1- A consciência da escolha
O ser humano é um “bichinho” estranho e, como ele passou a ser meu objeto de estudo há muitos anos, estou sempre a observar e fazer comparações para extrair aprendizados. Via de regra, quando bate a vontade de não mais seguir a vida a sós, mas ao lado de outra pessoa, começa uma busca pelo que chamamos, romanticamente, de “a outra metade da laranja”. Passamos a observar as pessoas na rua, no trabalho, no Shopping, e a frequentar lugares que aumente a probabilidade de encontrarmos outras pessoas. Sabemos que se ficarmos fechados em casa, ou dentro da mesma rotina, sempre encontraremos as mesmas carinhas.
Pois é, o mesmo não ocorre quando as pessoas procuram um relacionamento com um trabalho e com uma empresa. É muito comum ouvir uma pessoa dizendo “preciso arrumar um emprego”, como quem diz “preciso arrumar alguém para morar comigo”. Dentro desta mentalidade, a escolha não é consciente, e, quando a pessoa vai para uma entrevista, todo o seu foco está em ser aprovada, e não em estudar e também aprovar a empresa. Ah, mas tem a concorrência, não dá para ficar escolhendo muito. E nos relacionamentos amorosos não passam o mesmo?
Trabalhar em seleção é muito interessante, pois este profissional aprende a ler, a decifrar o teatro que acontece durante uma entrevista. Eu fiz seleção no passado quando ainda trabalhava em uma fábrica e não havia uma pessoa específica para esta tarefa. Depois que “virei” empresário, foram muitas seleções e muitos aprendizados. Na entrevista, a maioria esmagadora das pessoas postulantes à vaga querem impressionar, causar boa impressão, mostrar seus atributos, competências, e realizações do passado. Nestes 30 anos posso reduzir, sem medo de errar, a quatro, as pessoas que fizeram perguntas como “o que vocês fazem aqui?”, “como é a cultura desta empresa?”, “quais são as competências técnicas que preciso dominar agora?”, “quais são as competências comportamentais que vocês mais valorizam?”, “como seria minha rotina de trabalho?”, “posso conversar com outras pessoas que já trabalham aqui para saber outras visões?”. Estas foram algumas das perguntas que ouvi destas quatro pessoas. Estas perguntas mostraram uma profunda consciência da escolha que estava em jogo – que era um namoro e que as duas partes deveriam dizer um sim com consciência.
A maior parte das pessoas, quando aprovada, fica muito felizes, comemora com a família e começa animada. Infelizmente, esta animação dura pouco. Tempo suficiente para descobrir que não gostaria de estar ali todos os dias, que o trabalho não combina com ela, que o clima interno é horrível, e que não vê a hora de sair de lá.
Tudo isto por uma escolha sem consciência.
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Até breve,
Luciano Lannes
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