Esta postagem faz parte de um conjunto de cinco.
Desafio 5- Enxergar sentido no trabalho
Nem sempre estamos no trabalho com o qual sonhamos. Aliás, as pesquisas mostram que apenas 20% estão. Isto significa que a cada 10 pessoas, em média, 8 não gostam dos trabalhos que realizam. Mais sério ainda do que não gostar do trabalho, é não ver sentido nele. É importante, principalmente para o empresário e para os líderes de uma organização, compreenderem que existe uma diferença importante em uma pessoa não querer levantar de manhã para trabalhar porque não gosta do trabalho ou porque não vê sentido naquele trabalho. O segundo caso é muito mais grave. O não gostar desmotiva. A falta de sentido deprime.
O ser humano tem como uma de suas necessidades básicas a realização de algo que agregue algum valor ou que beneficie alguém. Isto, de alguma forma, dá um senso de contribuição para o enriquecimento da vida. No pós guerra, todos os países que passaram por grandes destruições tiveram algumas décadas de reconstrução. Isto quer dizer que muitas pessoas que eram jovens no final da guerra tiveram que sacrificar sonhos de carreiras para dedicarem-se a trabalhos de reconstrução. Embora um jovem não tivesse realizado o sonho de ser médico, por exemplo, seu trabalho ajudou seu país, sua comunidade e mesmo familiares a voltarem a ter uma vida normal. Quando morei na Alemanha conheci pessoas que passaram por esta experiência. Em todas elas, havia dois sentimentos muito nítidos: a frustração de sonhos não realizados e a consciência e orgulho da realização de um trabalho de muito significado, que impactou a vida de muitos, e que permite o país ser hoje como é. O segundo sentimento era sem dúvida o mais forte.
Vindo para um exemplo mais caseiro, em um workshop que realizei há muitos anos, trabalhávamos com uma empresa a questão do estabelecimento da missão. Em dado momento, a turma foi dividida em grupos e tiveram um tempo para irem para diversos espaços no local do curso, especializado em eventos empresariais, para trabalhar a missão e visão. Terminado o tempo, voltaram para a sala e teve início a fase de apresentações. Um grupo pediu para apresentar por último. Cada grupo fez sua apresentação, com poucas variações, e chegou a vez do último grupo. Um representante do grupo foi para a frente e explicou que não seriam eles a apresentar o que haviam entendido por missão e visão, mas que trariam uma pessoa para personificar missão e visão em ação. Foi até a porta e trouxe a Dona Maria, a “tia do café”. Uma senhora com cerca de 50 anos, imponente, que havia conquistado a todos não só pela simpatia e sorriso, mas pelo pão de queijo, que ela mesma fazia e assava, e o café maravilhoso com gosto de café de fazenda. Ela, um pouco envergonhada, foi para a frente da sala e disse:
“Me pediram para contar o segredo do meu pão de queijo e do meu café. Por que sai tão gostoso. Eu tenho dois filhos, um de 16 e um de 10 anos. Eu trabalho aqui há vinte anos. Eu quero um mundo melhor para meus filhos viverem, trabalharem, crescerem como pessoas e como profissionais e serem felizes. Aqui neste lugar tem curso todos os dias, e a cada dia conheço pessoas novas e maravilhosas. Tem gente que só vem porque o chefe mandou, (risos na sala), e pessoas que vêm para cá e estudam muito, aproveitam a oportunidade que a empresa está dando, prestam atenção, quebram a cabeça nos trabalhos e jogos que precisam fazer. É para estas pessoas que eu capricho no pão de queijo e no café, porque são estas pessoas que constroem um mundo melhor. Eu penso comigo: eles estudam tanto, queimam tanto as idéias, que precisam fazer uma pausa muito gostosa para recuperar as energias, para voltar e entender o que o professor falou, para conseguir colocar os ensinamentos em prática. Um dia, meus filhos vão trabalhar com vocês, e se vocês aprenderem mais felizes, aprenderão mais e poderão, um dia, ensinar meus filhos a serem profissionais bacanas como vocês. É por isso que o café e o pão de queijo saem gostosos. Para vocês serem pessoas melhores, para meus filhos serem pessoas melhores.”
Aplausos de pé por pelo menos dois minutos, pessoas de outras salas vieram ver o que estava acontecendo e juntaram-se nos aplausos para ela. Dona Maria tem uma missão. Tem um sentido para sair da cama todos os dias e este sentido dá força, energia e significado. Dona Maria não faz apenas café e pão de queijo, ela ajuda a educar pessoas.
Com este post encerramos os cinco pontos para sua reflexão. Veja como aplicá-los em sua organização e no seu time.
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Até breve,
Luciano Lannes
Olá! Adoro demais de seus artigos são muito informativos e vem ajudando muitas pessoas.
PARABÉNS
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Grande abraço